segunda-feira, 19 de setembro de 2016

A UNIÃO DO SAGRADO FEMININO COM O SAGRADO MASCULINO




Em diversos mitos vemos casais sagrados, de cuja união geram vida, fertilidade e amor. Ísis e Osíris, Hera e Zeus, Inana e Dumuzi, Eros e Psiquê, Ishtar e Tammuz entre outros. Esses casais representam nada mais do que a plenitude masculina em união com a plenitude feminina.

Quando um homem conhece seu corpo, honra seu Deus Interior e reconhece e honra o sagrado que há na mulher e há uma reciprocidade entre ambos, a união das contrapartes gera uma energia que não só os envolve como um casal, mas a todos que estão ao seu redor, a sua comunidade e a Terra.

A sinergia gerada por essa união não se manifesta apenas no âmbito sexual, pois os envolve de forma mais profunda gerando um elo muito forte, que mesmo separados continuam ligados energeticamente. 
Um Homem Sagrado sabe honrar e respeitar os ciclos da mulher (donzela, mãe e anciã) e não há o desejo de posse, pois a Mulher Sagrada pertence a si mesma.
Não há o sentimento de culpa, pois ambos conhecem o poder que fluí deles. 
Não há dominação, pois não são opostos, mas sim complementos. 
As barreiras de tempo e espaço deixam de existir, pois se tornam apenas o Uno e o Atemporal. 
Ambos experimentam o ápice do poder de seu gênero de forma pura e transcendente, pois seus corpos se tornam canais que os ligam a energia cósmica da natureza. Há o sentimento de afeto, proteção, amizade, companheirismo e o amor incondicional.

Se todos os homens aprendessem a se conectar com o seu Eu Sagrado, honrando seus ciclos junto à natureza e da mesma forma as mulheres e enxergando um no outro a centelha divina, não haveria tantos problemas de relacionamento e a Guerra dos Sexos acabaria sem perdedores.
O mal de nossa sociedade atual é que os sexos se opõem ao invés de se unirem e buscarem um crescimento e evolução juntos de forma que toda a Terra se beneficiaria dessa união. Não existiriam estupros, violência e crimes de ódio. 
O machismo e o feminismo enquanto forem vistos por uma visão distorcida um do outro onde os machistas buscam dominar o sexo feminino e as feministas dominarem o poder que tanto tempo ficou na mão dos homens e dominá-los de forma que os inferiorizem, não haverá o verdadeiro equilíbrio.

Se ambos os sexos reconhecerem que são vítimas na Guerra dos Sexos e que ao invés de se oporem buscarem o amadurecimento de forma que se conectem com seu Eu Sagrado, irão se unir de forma que essa união resulte como a união dos Deuses em vida, trazendo cura, fertilidade e amor.

E os homossexuais onde ficam nessa história?
Quando falo de homem e mulher estou falando de gênero e isso não tem relação com sexualidade. Há muitos gays que desprezam o sexo feminino, assim como algumas lésbicas repudiam o sexo masculino, ou seja não muda nada. Se ambos se conectarem com a verdadeira essência de seu gênero acessando o sagrado que há dentro de si enxergarão e honrarão o sagrado que há dentro do outro, não importando seu sexo, sua etnia, e muito menos sua sexualidade.

O Hieros Gamos que nas sociedades antigas ocorriam entre o Rei e a Rainha ou entre os altos sacerdotes e as sacerdotisas, para fertilizar a Terra e trazer colheitas prósperas deve ocorrer em nossa sociedade atual com a união entre o Masculino e o Feminino, ambos se conectando com suas divindades interiores de forma que a Terra se cure e que as gerações futuras colham paz, equilíbrio, união e amor.

Por: Gawen Ausar (Natan Brith)

Bibliografia: MOORE, Robert e GILLETTE, Douglas – Rei Guerreiro Mago Amante – A Redescoberta dos Arquétipos Masculinos. Rio de Janeiro – Editora Campus, 1993

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