quinta-feira, 7 de maio de 2015

ACEITAÇÃO X RESIGNAÇÃO - Tereza Sigwalt


Há uma diferença tácita entre o ato de aceitar e o de se resignar. Parece estranho falar em “ato”, “ação”, sobre vocábulos que carregam em sua essência um sentido de passividade, de quase imobilidade. Mas aceitar é completamente diferente de resignar. 
O primeiro de alguma forma entende, intuitivamente, que algo maior está no comando e que ainda há peças desconhecidas que poderão esclarecer a situação a posteriori. Não há nada a fazer apenas aguardar. 
O segundo se prostra vencido, sem esperança, escurecido, desistido, cabisbaixo.  
Quando uma luta é empregada e não há o desfecho esperado, a dor da perda e da partida nos consome. Sentimentos se misturam. Há culpa...o que mais poderia ter feito e não fiz? O que poderia ter mudado e não mudei? Desespero, revolta, impotência, abandono e dor, uma dor profunda, aniquilante, paralisante.

O ato de aceitar não significa fraqueza, mas sabedoria. Aceitação é concordância, anuência, permissão, “Seja feita a vossa vontade assim na Terra como no Céu”.  Aceitar é admitir, não a derrota mas a necessidade de buscar “maior entendimento” sobre aquela questão. 

Quando se aceita, se coloca à disposição de uma Vontade maior. Aceitar é descansar no Pai. É prova de Fé. É a direta conexão com o Criador. É crer que ele dará a força necessária para que se continue o caminho até o fim da missão, renovando as energias, ampliando a consciência por um sentido maior. 

É ter certeza de que Ele o amparará na sua dor, o consolará nas noites de frio e sempre enviará o sol a cada amanhecer. 
Isso nada tem a ver com religião, é transcendência, é conexão. É a Paz restaurando o coração.

Resignar ao contrário, é desistir, é se sujeitar, é se submeter sem buscar entendimento. É se abandonar no sofrimento, se sentindo “vitimizada”, desprestigiada e desamada. 
A conformação sem compreencão ou luta, cria mágoas e revoltas interiores, desconectando-se espiritualmente, gerando doenças e procrastinação.

Que todos que neste momento, sentem-se abatidos pela dor da perda, da separação, do abandono, da desvalorização e da desilusão, tenham a Serenidade de "aceitar" as coisas que não podem ser modificadas, coragem para modificar aquilo que é possível e sabedoria para distinguir umas das outras. Namastê!


Tereza Sigwalt