ARTIGOS

A LIÇÃO DO DENTE DE LEÃO


Tudo na natureza tem um propósito intrínseco, perfeito e preciso. Todas as leis são exercidas naturalmente, sem que nenhuma individualização as questione. Os ciclos de nascer, viver, morrer e renascer são ininterruptos, desconstituídos de segmentação, de transtornos ou resistência. Fluem como uma realidade da vida em sua essência milagrosa de transformação.

Em todos os reinos, essas passagens, em maior ou menor velocidade, ocorrem dentro de um plano de Consciência coletivo e conhecido por todos os seres do planeta. Que sabem qual a sua função e a cumprem com honra e maestria, sem relutância, sem sofrimentos comparativos, sem medo das mudanças.
Qualquer papel é importante e todas as ações fazem parte de uma engrenagem divina, de auto sustentação na cadeia biológica. Animais, vegetais, minerais, bactérias, fungos, elementos, seguem o fluxo da vida sendo o seu melhor, fazendo parte do todo, sendo alavanca de transformação de um para o outro.

O gênero humano ao contrário, sofre com as mudanças. Marca a passagem do tempo com ritos, que o fazem lembrar da sua finitude. Dispende grande energia para impedir que a idade avance e o faça chegar perto da morte, mas continua a olhar para o fim da estrada, sem aproveitar o caminho. Esqueceu que a estrada não tem fim, ela esta sempre recomeçando, num filho que nasce, numa semente que brota, numa ideia que se projeta, num sentimento que se emana, numa consciência que se desperta.

Lembrei-me então do singelo dente-de-leão. Uma flor tão frágil e vulnerável com um nome tão forte e destemido. Uma contradição ou uma missão?
Quando criança, adorava soprá-las, só para observar aqueles pequenos buquês, se espalhando no ar e imaginava-me miniatura, pendurada numa delas viajando por lugares inesperados, olhando a paisagem como hoje se faz nos parapentes e asas deltas.
Não sabia que se tratava do seu momento mais sagrado, quando o vento, o sopro, tornam-se agentes da sua expansão. E num voo mágico as sementes-bailarinas, dançam o seu bailado, põem em movimento a transmissão do seu legado e a possibilidade de um florescer em outro lugar.

Poucos sabem que essa florzinha é rica em vitaminas, sais minerais, ótima para os ossos, fígado, estômago e rins. Talvez por isso seja um dente de leão, pois traz saúde e força para o nosso organismo.
Agradeçamos as mudanças que surgem em nossas vidas conforme a sabedoria de todos os outros seres da natureza. Que a lição do dente-de-leão seja absorvido por nossos corações, e que de acordo com a Lei da Mudança do Codex*, saibamos adicionar essa fluidez no nosso caminho, da mesma forma que não percebemos o nosso respirar.

Seja Luz

Tê Sigwalt

*LEI DA MUDANÇA – CODEX

“Nada permanece na forma como se iniciou. Tudo esta em constante transformação e modificação, sendo isto válido para todas as dimensões” 


A PÉROLA E SUAS ESCOLHAS


Um dia ouvi que pérolas nasciam de uma dor. “Uma ostra que não foi ferida não produz pérolas. Pérolas são produtos da dor, resultado da entrada de uma substância estranha ou indesejável no interior da ostra, como um parasita ou um grão de areia.”

Não consegui sentir congruência entre uma dor e algo tão sublime, com um brilho tão mágico, com uma cor de puro leite lácteo, como o de uma pérola. Pesquisei buscando mais explicações e a maioria descrevia este processo natural da concha com um tom negativo, com uma visão defensiva e vitimada, que dizia mais do autor do que do próprio molusco. 

A primeira sensação que temos ao ouvir/ler esta afirmação é de nos identificarmos com nossas feridas emocionais, cicatrizadas ou não, como o de uma invasão a nosso íntimo mais precioso – o nosso coração. O grão de areia descrito no processo de vida da concha é tratado como um inimigo, uma substância estranha e agressiva. Assim, também caracterizamos pessoas que nos relacionamos e que “plantam em nós” ilusões amorosas, sonhos não realizados, expectativas que não se materializaram e ficamos feridos, magoados, vitimados, e que deixam marcas incomensuráveis de dor e escuridão.

Mas, se à luz da consciência e da evolução que buscamos, sabemos que tudo o que nos acontece é fruto de nossas escolhas, porque nos posicionamos como vítimas das circunstâncias? Na Lei Universal do Codex diz: Cada ser existente tem do Universo “total condição” para se desenvolver com “pleno potencial”, através do conhecimento e da consciência.”

Conhecimento é a instrução, a informação, as hipóteses, os conceitos, as teorias e procedimentos. Consciência é a percepção, a honestidade, a noção das próprias ações ou sentimentos internos no momento que essas ações são executadas.* Ou seja, já viemos com o manual de instruções completo e traduzido e com um sensor em perfeito estado de uso e porque não os usamos?
Porque nos sentimos surpresos, chocados, mortificados com o grão que nos “fere”? Será que estamos com a visão clara e em ressonância com a Verdade ou ela esta embaçada por nossos desejos, fantasias, resistências, controle, possessividade e ego?

Se voltarmos o filme da situação vivida e a olharmos com neutralidade e honestidade, veremos que não prestamos atenção aos sinais do sensor interno, e nem as placas de sinalização do caminho: pare, na dúvida não ultrapasse, curva à esquerda perigosa, sentido único, bifurcação em Y, rua sem saída e etc... Sempre somos nós que escolhemos trilhar o caminho ou não.

Da mesma forma a concha em sua plenitude, já recebeu da Fonte a condição de transformar o grão de areia em pérola. Na descrição biológica ela cobre-o com um manto de Nácar (madrepérola), e durante 3 anos vai depositando camadas e camadas até que o grão de areia se transforme numa pérola de 12 mm.

Com essa imagem e informação fiz um link com a nossa glândula pineal que fica no meio de nossa concha cerebral (dois hemisférios), centro da nossa consciência individual e cósmica, tendo como palavras chaves compreensão e aceitação. Onde a experiência e o sujeito são um só. Onde o “eu” é integrado ao “nós”.
A nossa pérola pineal também tem 12 mm de tamanho e é formada de “corpos arenáceos” ou “areia do cérebro”, tendo sua potencialização no escuro ou quando fechamos os olhos e nos interiorizamos. Coincidência ou consciência?

Podemos aprender com a missão da concha-molusco em seu alinhamento com o Codex:  de não resistir ao mal (Lei do Amor), de conferir o perdão a si e aos outros seres (Lei da Misericórdia), de sendo Um com a Fonte não ter contra o que lutar (Lei da Unidade) e devolver a energia recebida (Lei da Gratidão). Ela escolhe, a medida que usa seu potencial inato, suas habilidades de doação e transformação, em algo raro, único e valioso, sem julgamento.

Portanto, sejamos gratos, quando um grão de areia invadir a nossa vida. São oportunidades de conhecer sobre si mesmo, de evolução de consciência, de transformação do que é entendido como dor em Amor. Somos perfeitos, somos completos. Que aprendamos a envolver as situações com o nosso melhor nácar, na gratidão de cada encontro e usar com precisão a nossa pérola de sabedoria.

Abençoados sejam os grãos de areia, que nos fazem descobrir toda a potencialidade que temos para brilhar.

Seja Luz

*Dicionário online


Tereza Sigwalt  


É TEMPO DE FLORESCER


Na Natureza, cada nascer do sol trás a potencialidade de uma nova vida.
No contingente dos dias formam-se as estações. E cada uma evoca uma energia, para todos os seres, para todas as individualizações.

Há tempos para inspirar e expirar. Há tempos para criar, formar e despedir. Há outros para semear, esperar e florescer.
Assim o Céu reflete na Terra o seu Amor Incondicional.
Assim a semente é plantada em seu útero silencioso, onde todas as possibilidades de viver estão no escuro aguardando.

Passam os ventos, passa a chuva e o frio se vai, até que a semente desperta do seu sono fecundo.
Ainda criança, cheia de esperança, nutre-se da força da mãe que a firma e ampara. Ao chegar a superfície, depara-se com um novo mundo, seres desconhecidos e sensações jamais sentidas.

E a semente em seu crescer em direção ao alto, transforma-se em broto e o broto vira tronco, onde braços verdejantes buscam sua expansão. E pensa: - Pronto, agora sou ponte, agora sou fonte, encontrei minha função.

Mas, como nessa estrada nunca sabemos onde é o fim, pequenos botões saltam do seu corpo e mudanças estranhas, sente em si. Uma consciência nova o alimenta, posso ir além do que já sou? O que na verdade venho a ser e para onde vou?

E no amanhecer seguinte, absorto em tantos questionamentos, flores se abrem, tão lindas e perfumadas, femininas e encantadas.
E surge uma voz dizendo entre as pétalas do seu coração: - É tempo de florescer, distribuir novas sementes, essa é a sua verdadeira missão.

E o ventre da Terra em profunda gratidão, por mais um filho florescido, devolve ao Céu amado o seu amor enviado.
E este brilhando através das estrelas, derrama para sua companheira o seu olhar apaixonado.


Tê Sigwalt



BANHE-SE DE LUZ



Outro dia li a seguinte afirmação: Luz é informação e o Amor é criação.
Se pudermos perceber toda a Vida que está contida na energia que o sol emana para o nosso planeta, entenderemos todo o processo que repercute em todas as criaturas que o absorvem, conscientes ou não, ao se banharem dele.
Todas as individualizações, dos diversos reinos, estão sempre receptivos, não conhecem a dualidade do bem e do mal. Não resistem, se entregam e se integram ao que irradia desta estrela. 

Quem poderá duvidar do elevado nível de consciência e reverência que os vegetais, os animais, os minerais, os elementais, as bactérias , tem pelos raios de vida que os nutre, faça chuva ou faça sol, sem distinção.
Nós seres humanos, com a dita “capacidade de pensar”, não aderimos a esta receptividade natural, que abastece o corpo fotossintético, feito a imagem e semelhança, desse coração celeste do nosso sistema solar.
Luz é informação. Luz é vibração. Luz é vida. É ativação celular. É química cósmica e metabólica. É a fotossíntese no ser humano como acontece com as plantas e os animais.

Nossa pele é o maior órgão do corpo e o mais pesado. Ela é um tecido dotado de várias funções, como as naves que vão para o espaço abrigando astronautas. Ela não é só a fuselagem, ela é dotada de um equipamento sofisticado de sensores de toda ordem de informação: térmicas, cinestésicas, perceptivas, táteis, de pressão, dor, adaptação, detecção de vibrações densas e sutis, desde a Cura, ao Amor e ao desamor.
Tudo o que emitimos e recebemos, passa por estes microportais, captadores de informação. Quando sentimos algo que ainda não vemos com nossos olhos físicos, a pele percebe, se arrepia, sente frio, sente calor. Ela é o nosso manto sagrado e nossos mil olhos.
Ela respira como o pulmão, sente sede e tem fome de Luz. Por isso, precisa estar limpa, livre de produtos químicos, inclusive os que dizem ser necessários para a proteção contra o sol. 

As vitaminas absorvidas pelos alimentos que comemos, principalmente a Vitamina D, só será processada pelo nosso metabolismo com a presença da Luz do Sol. Esta vitamina é responsável pela formação da nossa estrutura óssea, pelos processos de defesa e regulação do sistema imunológico, cardiovascular, musculoesquelético e de insulina. Será que D é de Deus?

De qualquer forma, amplie a nova moda de dar beijinho no ombro, e perceba a sua pele com um novo olhar. Sinta-se grato. Afague-a, abrace-a com todo amor e carinho, ela é sua extensão psíquica, é o reflexo e a manifestação física dos seus outros corpos não visíveis. Ame-se e faça como os gatos, banhe-se de Luz.

Gratidão
Tereza Sigwalt



O GRÃO INTEGRAL


Após um fim de semana inundado de emoções, vivenciados com minha filha mais nova, na cidade de Sorocaba, interior de São Paulo, dois momentos se destacaram: a celebração de um casamento Celta e a visita a exposição interativa sobre  Saint-Exupéry e a sua obra “O Pequeno Príncipe”.

Desde então, uma palavra e suas derivativas e variáveis tem me acompanhado insistentemente: Integral - Integração, Íntegro, Integrar.

Nas duas situações senti essa forte vibração no interno das pessoas. No casamento a Integração da família com todos os seus componentes participando e fazendo com que aquela árvore e todas as alianças presentes se fortalecessem. E no segundo momento, perceber nos olhos de minha filha, com seus 25 anos, a emoção da sua criança interior, vendo materializar um universo tão amado e guardado com carinho em seu coração, tatuado no seu corpo e na sua mente, como um ícone de ser íntegro, vindo das estrelas para deixar o seu recado cheio de Luz, como o Pequeno Príncipe.

Perceberam quantas palavras com o prefixo IN? Creio que não é por acaso. Todas as placas da estrada sinalizam que é momento de se interiorizar, se conhecer, se ouvir e se curar.

É chegada a hora de juntar todas as peças, todas as partes que ficaram espalhadas e que precisam ser: vistas, reconhecidas, agregadas, incluídas e acolhidas com o mesmo respeito, amor e aceitação.
É preciso tornar-se inteiro. Só dessa forma conseguiremos "Sermos Um", de dentro para fora, para podermos ser "Os Mesmos".

Assim tudo estará em equilíbrio e reciprocidade e a Integração se fará em todos os níveis, se expandindo pelo planeta como uma rede. Integrando nossas partes, integrando nossa criança, integrando as famílias e todos com a nossa Mãe Terra.  Esse é o nosso maior desafio e nossa missão.

Dessa forma a consciência coletiva se despertará como o grão que brota do solo, ao receber o seu amor e sua nutrição, se "inte-grão-ndo".

Sementes de qualidade em terra fértil multiplicam cem por uma.
E como disse o poeta em sua música,

“ Quem poderá fazer aquele amor morrer
Se o amor é como um grão,
Morre, nasce, trigo, vive, morre, pão …”

Sejamos Luz, sejamos grão.

Tereza Sigwalt



A FLOR E SUA EXISTÊNCIA


Por onde eu passo vejo flores e elas me sorriem. Contrariando o poeta afirmo, as rosas falam e exalam uma sabedoria silenciosa, conhecedoras que são dos segredos da criação, da doce interação entre os princípios do feminino e do masculino, da geometria sagrada manifestada na diversidade de suas formas e cores.

Foi assim que o Dr. Bach encontrou em suas “mimosas meninas” a frequência recíproca de nossas emoções e criou seu sistema de florais.

As flores em sua vulnerabilidade tem a tessitura da nossa sensibilidade. Não é a toa que nos encantamos apenas em olhá-las e suspiramos ao recebê-las, trazendo alegria e acolhimento ao coração.
Seus aromas repercutem em nossos sentidos, acalmam, alinham  pensamentos, elevam sentimentos, acendem devoções.

Os hindus relacionam os chakras com número de pétalas e os apresentam como flores. Cada centro tem uma frequência que vibra harmoniosamente, conectando cores, formas, sons, glândulas, sistemas, palavras-chaves, níveis de onda mental, elementos, sentidos, mantras, que se alinham na mesma frequência de onda, trazendo e levando informação para nossa consciência, nos ligando a muitas dimensões. São verdadeiros portais de ressonância.

Quanto mais sutil e fluídica a vibração mais pétalas o chakra contém. Mais os sentidos e a percepção se ampliam.
Somos árvores do jardim do Éden, onde nosso chakra raiz liga-nos a Mãe Terra e o nosso coronário, se abre como um girassol de mil pétalas, recebendo energias cósmicas.

É tempo de ativar esses centros, que guardam as chaves de um conhecimento, que ficou perdido sob o véu da separatividade, do pecado, da dualidade e da ilusão.

Voltemos para o paraíso, integrando-nos ao planeta, “ouvindo” os animais, a chuva, o silêncio, os ventos, as árvores e as flores.  
Cultivem-se, adubem-se, conheçam suas potencialidades e as disponibilizem para si e para todas as outras individualizações.

Que sejamos zelosos jardineiros que amam suas flores. E que estas nos falem e exalem, através da sua vibração de beleza e ternura, todo o Amor que a Fonte vibra em uníssono, por nós e em nós.      

Seja Luz!   

Tê Sigwalt  



AMOR É RECIPROCIDADE




“Enquanto não há Amor, as relações estão em igualdade. Assim que surge, ele dá lugar e privilegia o outro. Enquanto um privilegia o outro, acontece a reciprocidade. Então, os dois seres entrelaçados na relação de Amor, colocam um ao outro acima do seu Eu. Mas, a igualdade volta à tona, quando se trata de Amar e Ser Amado”       Codex Lei do Amor

Quando dois seres sentem que podem estabelecer uma relação de Amor, não basta cada um ter consciência do seu Eu, se cuidar, se amar, se respeitar, se expressar, se responsabilizar por si. Todos esses ingredientes, centros de consciência despertos, demonstram pessoas cheias de habilidades, com um potencial de expansão, pronto para saltar uma oitava acima em sua espiral evolutiva.

Mas, se não tiver Amor será como “um címbalo que retine” ou um instrumento musical com um som desafinado, totalmente inútil em sua função primeira. Se não tiver Amor para colocar o outro acima do seu Eu, será como uma flor rara que preparada para abrir e exalar todo o seu perfume, mas que fenece precocemente. 

Só o Amor traz a qualquer individualização um sentido de existir. Duas taças precisam transbordar o vinho da celebração, pois foram criadas para brindar a Vida. Cada ser nasce com um projeto, uma missão, mas só o Amor cria a Plenitude de manifestação.

O Amor privilegia o outro, esquecendo que há um “Eu e um Outro”. Sem se dissolver, sem esquecer-se de si, mas simplesmente sentindo-se extasiado ao ver aquele Ser realizando seu voo exuberante, espargindo toda a sua essência, alegria e expansão. É um estado de graça. Não há fronteiras entre o particular ou o todo, tudo torna-se Um. 

Quando se personaliza o Amor, surge o “meu amor e o seu Amor”. Passa-se a medir, a negociar, a fazer trocas, a ter medos, a fazer cálculos até onde se esta somando, dividindo ou subtraindo. Esforça-se para ser visto, para ser entendido, para ser valorizado. 

Muitos manipulam para não perder o contrato, o castelo construído, o tempo empregado. Não há Amor na Igualdade, apenas trocas, que podem ser afetivas sim, mas que esvairão quando a moeda se findar.

Reciprocidade significa correspondência mútua, em todos os níveis, espiritual, mental, emocional e físico sem objeção. Vem do alto, trazida pelo vento da Alma em sintonia com a outra Alma e cantam a mesma canção. 

Numa relação de reciprocidade a emissão de Amor, antes de ir já voltou. Aliás, nem precisou ir, pois os dois polos são alimentados ao mesmo tempo sem esforço. Cada um sabe que o outro também é ele. 

Muitas vezes palavras são desnecessárias, um olhar tudo diz. Nenhuma ação é esperada para se justificar. Não há dúvidas. Não há medos, só o Amor a vibrar e a iluminar como um grande farol.

Quando se pensa o outro já faz parte. Quando se ora o outro é a própria oração. Não está fora, está junto. Como dizia o mestre: - Eu sou contigo.

O Amor é assim, largo, flexível com espaços para fluir. Ele procura os caminhos para chegar ao seu coração e inundá-lo com a essência da fonte, como um rio que procura o mar. 

O Amor procura a menor resistência para seguir no seu propósito. Não há o que fazer. Apenas deixar-se Amar. O fluxo do Amor então, se fará incessantemente em seu infinito percurso na Unidade.

Gratidão.

Tereza Sigwalt  





O CALEIDOSCÓPIO DE CADA DIA



Ao olhar a bonita paisagem verdejante à minha frente, num lindo fim de tarde outonal, quando os últimos reflexos do sol, vão se despedindo carinhosamente de todas as individualizações ao meu redor, sinto a harmonia da diversidade na Unidade do criador. Tudo é melodioso, vibrante, consonante, conciliante, na plenitude de cada existência.

Como um caleidoscópio de aromas, sons, formas e cores, todos em sua função e em perfeita comunhão.

Lembrei-me da última Lei do Codex, aquela que tem força de decreto e a única que deve ser lembrada, caso todas as outras sejam esquecidas - a LEI DA RECONCILIAÇÃO. “Todas as individualizações, em suas vastas formas de existência, devem UNIFICAR suas SEMELHANÇAS e DIMINUIR suas DIFERENÇAS”. Esta é uma imposição cósmica para a evolução.

Creio que quando uma lei cósmica encarna nesta dimensão, é preciso que haja muito cuidado ao interpretá-la. Ela precisa ser tratada como um bom vinho. Ser apreciada em sua essência, em seu aroma, palavra por palavra, para que o entendimento não seja superficial tornando-a banal.

Pesquisei o significado de cada palavra relevante e percebi o quanto a Natureza a obedece com maestria.
RECONCILIAÇÃO – Acordo, consonância, entendimento e harmonia.
CONSONÂNCIA – Ação ou efeito de produzir sons semelhantes, harmonia.
Então a Lei é para criar, oportunizar, agir para que sons semelhantes se harmonizem.

E diz para UNIFICAR SEMELHANÇAS.
SEMELHANÇAS – Afinidades, correspondências, parecido,
equivalentes.
E DIMINUIR DIFERENÇAS
DIFERENÇAS – Contraste, divergências, distinto, mudança, diversidade.

Chamo a atenção, que não foi dito para IGUALAR as semelhanças e nem EXTINGUIR as diferenças e sim UNIFICAR e DIMINUIR. As duas primeiras dão uma ideia de finalização e as duas últimas de algo dinâmico, em movimento, sempre mudando e reequilibrando. 

Como é a própria natureza com suas estações, como numa família com seus membros, como num grupo com um propósito. O propósito precisa ser o mesmo, mas o caminho será trilhado com uma dinâmica própria, respeitando todos os integrantes numa reconciliação cotidiana.

Os questionamentos, as novas ideias, as diferentes visões são enriquecedoras, precisam ser tratadas com um olhar mais amplo, da mesma forma quando nossos filhos parecem nos desafiar por não concordarem com as regras que os impomos. Não seria a transição de um velho padrão para um novo? Será que não teríamos que parar para ouvir, analisar, testar, valorizar como uma contribuição potencializadora?

Dessa forma um grupo evolui, torna-se criativo, transborda de alegria, de energia, de expansividade e harmoniza-se.

A unanimidade, a conformidade e o silencio omissivo criam movimentos dogmáticos, totalitários e repressores, estagnando a essência do equilíbrio.

Que aprendamos a usar a Lei da Reconciliação de forma primorosa, como faz a Natureza. E que a cada dia possamos nos tornar seres humanos melhores, numa vida mais harmoniosa e criando ressonância de Amor e de Luz em cada coração.

Como um caleidoscópio onde a Luz entra e bate nos espelhos, e reflete nos pequenos fragmentos de vidro colorido, onde a cada movimento se cria “bonitas (kalos) imagens (Eidos) para olhar (Scopeo)”.

Sejamos um caleidoscópio de Luz, reconciliados com todos os reflexos dos meus “Eus”, reconhecidos nos “Outros”, juntos e misturados, numa linda imagem do nosso UM nos Mesmos!

Seja Luz!

Tereza Sigwalt



LONGE DO MEDO PERTO DO AMOR



Desde que ouvi esta afirmação, pela primeira vez, feita por Alê Barello, muitas interrogações vieram à minha mente.
Seria o Medo o oposto do Amor? E o ódio, a raiva e o rancor?

Na verdade, o conceito não afirma que o medo é o oposto do Amor. Pois no novo padrão, como afirma o CODEX, não há dualidade, logo não há oposição.
Mas o que o Medo tem a ver com o Amor?

Comecei imaginar uma gangorra, onde o Amor representa a mais alta vibração, a mais harmônica frequência, a mais perfeita expressão da Fonte.
Vibrar amor, trilhar o caminho do amor, ser o próprio amor, é o objetivo maior de todas as individualizações em sua evolução, em qualquer dimensão.

O Amor é o arco e a flecha. É a taça sagrada e o vinho da celebração. É a certeza de que tudo será conduzido e nada faltará.
O Amor é cura, é união, é Paz e Fé.

Quando tememos o amanhã, quando tememos não ser aceitos, quando tememos não ser correspondidos, valorizados, empurramos o Amor para baixo da gangorra e elevamos o Medo para o alto.

Tudo que nos faz sofrer tem o medo como alicerce. Ele é a origem do orgulho, da vaidade, da culpa, da decepção, dos ciúmes, da solidão, da rejeição e de muitos outros sentimentos que adoecem nosso corpo e nossa alma.

Quando foi dito : - Orai e vigiai, era para que cuidássemos dos nossos próprios pensamentos, que rapidamente desalinham nossos corpos emitindo vibrações dissonantes.

Portanto, para ser feliz, completo e pleno, distancie-se do medo. Escute o seu alarme interno. Eleve sua vibração.

Quando o coração apertar, banhe-se de Amor em águas claras e tranquilas. Cale o pensamento, volte para seu centro e vibre : “Longe do Medo perto do Amor”.


Seja LUZ!

Tereza Sigwalt





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