sábado, 18 de outubro de 2014

CASE-SE

Case-se com alguém que adore te escutar contando algo banal como o preço abusivo dos tomates, ou que entenda quando você precisar filosofar sobre os desamores de Nietzsche.
Case-se com alguém que você também adore ouvir. É fácil reconhecer uma voz com quem se deve casar; ela te tranquiliza e ao mesmo tempo te deixa eufórico como em sua infância, quando se ouvia o som do portão abrindo, dos pais finalmente chegando. Observe se não há desespero ou insegurança no silêncio mútuo, assim sendo, case-se.

Se aquela pessoa não te faz rir, também não serve para casar. Vai chegar a hora em que tudo o que vocês poderão fazer, é rir de si mesmos. E não há nada mais cruel do que estar em apuros com alguém sem espontaneidade, sem vida nos olhos.

Case-se com alguém cheio de defeitos, irritante que seja, mas desconfie dos perfeitinhos que não se despenteiam. Fuja de quem conta pequenas mentiras durante o dia. Observe o caráter, antes de perceber as caspas.
Case-se com alguém por quem tenha tesão. Principalmente tesão de vida. Alguém que não lhe peça para melhorar, que não o critique gratuitamente, alguém que simplesmente seja tão gracioso e admirável que impregne em você a vontade de ser melhor e maior, para si mesmo.
Para se casar, bastam pequenas habilidades. Certifique-se de que um dos dois sabe cumpri-las. É preciso ter quem troque lâmpadas e quem siga uma receita sem atear fogo na cozinha; é preciso ter alguém que saiba fazer massagem nos pés e alguém que saiba escolher verduras no mercado. E assim segue-se: um faz bolinho de chuva, o outro escolhe bons filmes; um pendura o quadro e o outro cuida para que não fique torto. 
Tem aquele que escolhe os presentes para as festas de criança e aquele que sabe furar uma parede, e só a parede por ora. Essa é uma das grandes graças da coisa toda, ter uma boa equipe de dois.
Passamos tanto tempo observando se nos encaixamos na cama, se sentimos estalinhos no beijo, se nossos signos se complementam no zodíaco, que deixamos de prestar atenção no que realmente importa; os valores. Essa palavra antiga e, hoje assustadora, nunca deveria sair de moda.

Os lábios se buscam, os corpos encontram espaços, mas quando duas pessoas olham em direções diferentes, simplesmente não podem caminhar juntas. É duro, mas é a verdade. Sabendo que caminho quer trilhar, relaxe! A pessoa certa para casar certamente já o anda trilhando. Como reconhecê-la? Vocês estarão rindo. 

Curta mais o seu amor.

Por: Diego Engenho Novo

terça-feira, 7 de outubro de 2014

EM APENAS 10 MINUTOS

Quanto tempo de vida cabem em 10 minutos? Você já parou para pensar sobre isso?

Se considerarmos a velocidade e a diversidade do nosso pensar, criamos diálogos e discussões que nunca ocorrerão, imaginamos situações inusitadas, criamos teorias intangíveis, planejamos viagens instantâneas, voltamos ao passado e tocamos o futuro, amamos e desamamos, mergulhamos em mares de inspiração, voamos e desbravamos universos em questão de segundos, e nada nos arrancaria desse poder ilimitado não fosse o insistente alarme do relógio transportando-nos ao tempo presente, ao qual contra atacamos com “só mais 10 minutos”.

Tempo é dinheiro e dez minutos são muito preciosos na conjuntura das horas, dos dias e dos anos. Tão preciosos que acabamos usando todos para nós ou para aquilo que priorizamos. 

Tempo também é uma questão de uso e de escolhas, mas o estamos usando com sabedoria? Ou deixamos ele escorrer por entre milhares de informações e quando vemos já é meio dia, e quando olhamos já é meia noite, já é natal....

Em dez minutos a bolsa cai, o trem passa, o emprego se perde, a oportunidade deságua, a esperança desaparece.

Em dez minutos nasce um choro de vida, uma flor desabrocha, um sorriso se ilumina, uma janela se abre, um acidente acontece, o tempo muda, o mundo vira, um coração se parte, um ser suspira e se despede.

A espera vira angústia, a dor consumição, a rejeição dilaceramento, o abandono depressão, o luto um vazio eterno sem consolação.

Se contarmos no relógio de 10 em 10 minutos, em uma hora existirão 6 oportunidades para presentearmos alguém com nossa atenção. A cada dia são 144 oportunidades para se escolher a quem doar seus 10 preciosos minutos. Pense nisso!

Pode ser com um telefonema, dizendo: "Sinto Muito, Me Perdoe, Eu te Amo, Sou grato" ou privilegiando um amigo, um parente, um irmão com o seu carinho, com a sua presença, com o seu abraço. 

Mova os pés, surpreenda, eternize a alegria do reencontrar, um gesto diz mais que muitas palavras.

Em dez minutos mudam-se vidas. Que ela seja então vivida em toda a sua potencialidade. 
Que não seja um “que pena” ou a “duras penas”, mas que “valha muito a pena”.

Namastê! I see you!

Tereza Sigwalt  

sexta-feira, 3 de outubro de 2014

A SABEDORIA DO YIN E YANG - Tereza Sigwalt


“O dual não precisa ser uma oposição. Ele é uma medida de contraponto”

No dia 11 de fevereiro de 2014, acordei na madrugada com esta afirmação no meu ouvido. Corri para anotar e voltei a dormir. Pela manhã me surpreendi com tamanha sabedoria e precisão destas palavras, que estavam em consonância com o entendimento que sempre tive sobre a imagem, do Yin e Yang, diferentemente da maioria das pessoas.

Muitos atribuem a ela o significado de dualidade que precisa ser equilibrada, conceito que não se adequa ao pensamento oriental onde surgiu.
A ideia de dualidade, bem OU mal, de claro OU escuro e todas as significações filosóficas e religiosas que carregam esta densidade de separatividade, de “lados opostos” e conflitantes em sua essência, estão enraizados historicamente no ocidente.

Se nos aprofundássemos na imagem e no seu conceito, de forma mais unicista e integral, perceberíamos que ela é um pause, uma foto de algo que possui um movimento constante e interminável. Sempre submergindo e emergindo, como nossos próprios pensamentos, como o dia e a noite, como quando dormimos e depois acordamos, como o elétron que pula de uma órbita e aparece em outra. Nada para. Nada termina, mesmo que nossos olhos deixem de ver, a vida é contínua.

O yin - o útero, o interno, o não consciente, aquilo que está por vir, contém um ponto de luz, uma semente, um caminho, uma ideia, uma clareza - o yang

Nunca houve separatividade entre estes dois polos que tem uma ponte entre si com inúmeras possibilidades à espera da manifestação. O Yin pode ser o livre arbítrio, o Yang nossa escolha, privilegiando um ponto aos outros. Aquilo que resolvemos dar atenção, ou que nossa parte não-consciente quer experienciar.

"Quando fechas os teus olhos, e instantaneamente mergulhas no teu templo sagrado, banhado de escuridão, conecta-te com o âmago do seu ser amplo e único e com todo o Universo. Ao abrir os olhos, voltas ao mundo das formas, das texturas, dos sabores, odores e cores, e ainda és tu, dentro e fora, uno contigo."

O dual não precisa ser uma oposição, mas uma medida de contraponto.

Toda vez que enxergares o outro ou a situação como uma agressão, um inimigo, um castigo, exerça esta sabedoria do Yin E Yang. Como um sinalizador do caminho, nos pontos que precisam ser vistos e reintegrados, ampliados na busca da evolução, como uma espiral infinita. Tudo depende do nosso olhar. Ame o que está fora do mesmo modo do que está dentro de ti. Tudo é Um.

Namastê! I see you!

Tereza Sigwalt