sábado, 26 de julho de 2014

A NATUREZA DA RECEPTIVIDADE


O que mais tenho observado, imersa neste ecossistema perfeito onde me encontro, é que todos os seres viventes nesta mata são conscientes de seus reinos, cada um na sua função. Não se sentem menos nem maiores que os outros, cuidam de suas vidas, plenos de si, num tempo que parece não existir. 

Faça chuva ou faça sol sabem viver com o que lhes é apresentado em cada agora. Mudam as estações e a paisagem, e eles continuam a vibrar seus cantos, seus voos, seus perfumes, seus brotos com distinção. Não há medo de não ter ou de não ser, são plenos e receptivos à Mãe Natureza, que os acolhe, que os alimenta, que os conduz amorosamente. Vivem dentro deste Amor, deste equilíbrio, deste abraço permanente.

Não precisam pedir nem agradecer, apenas ser o que são. Belos em suas habilidades, diferentes em suas formas de expressão, iguais em seu direito de viver, de ir e vir, de escolher. Não há erros só escolhas.

Penso o quanto a humanidade seria mais feliz se mirasse neste exemplo. Sendo receptivos, gratos pela vida que jorra de todas as direções. Não resistir às mudanças e fluir com elas. 

Eles, os bichinhos e as plantinhas, parecem saber que são únicos, sagrados e amados. Parecem ter clareza sobre a efemeridade da vida e ao que foram destinados, tarefa que realizam com primor, exercitando suas qualidades, que os fazem sentir valiosos e isso é o bastante.

Nós, seres humanos, também não precisamos ser "merecedores" para receber. Não é preciso fazer nada, pedir nada, dizer nada, doar nada, nem sermos bons. Temos apenas que compreender que, todos somos filhos, todos somos irmãos, que somos seres amados como são os pássaros, e que não temos que temer o amanhã. Basta cumprirmos cada um a sua missão, o seu papel, o seu pedacinho colorido no caleidoscópio da vida neste planeta.

Doar e receber não são ações diferentes, não é uma estrada de mão dupla, ação e reação. 
A receptividade é um estado de conexão permanente, é um estado de escuta com a Luz Superior. O doar é uma continuidade, como o ciclo da chuva que vira rio, que vira mar, que vira chuva.

As abelhas sabem disso, as flores sabem disso, os pássaros sabem disso, numa orquestração perfeita. Nada é em vão, até a folha seca que cai das árvores cumpre o seu papel de forrar o chão. 

Que fiquemos dentro do Amor, banhados pela Graça de sermos amados incondicionalmente. Receptivos à exuberância e a perfeição da Natureza que humildemente nos ensina o caminho da Felicidade. 
De sermos Unos com a Fonte que é uma só.

Namastê

Tereza Sigwalt   

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